O processo de auto-reconhecimento e afirmação da identidade da mulher negra será tema de debate durante live, promovida pelo Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, no próximo dia 19 de novembro, às 16h, pelo Instagram do Projeto (@redesolidariademulheres), que é realizado pela Associação das Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai) com a parceria da Petrobras e o apoio da Universidade Federal de Sergipe.
A live acontecerá com a presença das catadoras de mangaba Alicia Salvador e Tainara Vidal, e de Laila Oliveira, mestra em comunicação e membra da Auto-organização de Mulheres Negras Rejane Maria, com a mediação da jornalista da Rede Solidária, Marilia Souza.
“(…) a gente nasce preta, mulata, parda, marrom, roxinha dentre outras, mas tornar-se negra é uma conquista.”, a partir dessa reflexão da intelectual negra Lélia Gonzalez, o objetivo da live é discutir um tema que, nem sempre, é tão óbvio o quanto parece.
O mito da democracia racial, aliado ao ideal de branqueamento, remodelado, sustentado e difundido por instituições como escola, família e mídia reforçam valores de uma suposta superioridade racial e cultural branca, tornando um desafio o processo de afirmação de uma identidade negra em uma sociedade racista como o Brasil.
Para Alicia, catadora de mangaba e presidente da Ascamai, o desafio existe porque o homem negro e a mulher negra são diariamente inferiorizados, discriminados e invisibilizados.
“A gente vive um momento importante de afirmação da nossa existência, da nossa cultura e identidade, mas não é tão fácil quanto parece. Nosso cabelo é questionado, nossas roupas, nossas crenças, nossa capacidade intelectual, tudo é questionado. Então afirmar quem somos é um processo que, as vezes, não chega para todas da mesma forma e conversar sobre isso é muito importante”, disse Alicia.
REDE SOLIDÁRIA
O Projeto Rede Solidária de Mulheres segue com as ações propostas para cerca de 400 mulheres, de maioria negra e de comunidades tradicionais, de sete municípios sergipanos. São mulheres dos povoados Pontal, em Indiaroba; Ribuleirinha e Manoel Dias, em Estância; Capuã, na Barra dos Coqueiros; Baixa Grande, em Pirambu; Porteiras, em Japaratuba; Santa Bárbara, Aguada e assentamentos São José e Palmeira, em Carmópolis; além da mais nova área incluída nas atividades do Projeto, Divina Pastora, através das mulheres rendeiras da Associação de Rendeiras Independentes (ASDRIN) e da Associação para o Desenvolvimento da Renda de Divina Pastora (ASDEREN).
A Rede Solidária de Mulheres de Sergipe se propõe a realizar ações que envolvem a qualificação profissional dos processos e produtos desenvolvidos artesanalmente, com a construção de duas Unidades de Beneficiamento dos Frutos; novas linhas de produtos; expansão da comercialização com a criação do site de vendas online, o E-commerce; além de formações, através de oficinas, webnários, workshop, seminários organizativos, educativos e ações de conscientização e combate à desigualdade racial e de gênero, e à violência contra as mulheres.
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