Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Search in posts
Search in pages

Em convênio com a Petrobras, Projeto Rede Solidária de Mulheres retoma ações para emancipação de sergipanas

O Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, realizado pela Associação das Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai) em convênio com a Petrobras, entra em uma nova fase e já está em movimento para o retorno de suas atividades. O projeto iniciado em 2018, parou suas atividades com o fim do contrato com a estatal, logo após o início da pandemia de Covid-19, em 2020. Mas, agora retoma ações que vão desde qualificação profissional à estratégias de expansão da comercialização de produtos, para contribuir com a autonomia e independência financeira das mulheres.

“É com muito orgulho e esperança em dias melhores que retomamos a nossa organização e construção coletiva com mulheres inspiradoras que, através da cata mangaba e com o trabalho artesanal, constroem um presente de muita luta para sustentar suas famílias e um futuro emancipador, resguardando suas culturas e modos de vida tradicionais”, afirmou Alicia Moraes, presidente da Ascamai.

Nessa nova fase, cerca de 400 mulheres de sete municípios participam do Projeto. São mulheres dos povoados Pontal, em Indiaroba; Ribuleirinha e Manoel Dias, em Estância; Capuã, na Barra dos Coqueiros; Baixa Grande, em Pirambu; Porteiras, em Japaratuba; Santa Bárbara, Aguada e assentamentos São José e Palmeira, em Carmópolis; além da mais nova área incluída nas atividades do Projeto, Divina Pastora, através das mulheres rendeiras da Casa do Artesão e da Associação para o Desenvolvimento da Renda de Divina Pastora (ASDEREN).

“Para nós, é motivo de orgulho e de grande expectativa trabalhar com as mulheres guerreiras de Divina Pastora, que fizeram da renda irlandesa o nosso patrimônio cultural imaterial brasileiro. Um trabalho e uma arte singular do nosso estado, reconhecido desde 2008 pelo IPHAN”, disse Mirsa Barreto, coordenadora da Projeto.

Para Mirsa também será motivo de muita alegria reencontrar as mulheres catadoras de mangaba e as mulheres de Carmópolis que, desde 2018, vêm atuando no projeto, através do beneficiamento de frutos de quintais e outros produtos artesanais. “Retomar as ações do projeto, depois de enfrentar o maior desafio da história recente de nossa humanidade, é uma felicidade que não cabe em nós. Estamos fazendo tudo com muito cuidado para garantir a segurança de todas”, afirmou.

A coordenadora explica ainda que o projeto será desenvolvido com a participação direta das mulheres das comunidades envolvidas, através de uma metodologia participativa e a partir de um estudo da realidade e das condições de vida dos grupos. “Ao longo dos próximos dois anos esperamos construir uma realidade de mulheres empoderadas, que consigam atuam melhor no processamento de frutas e confecções artesanais, que elas estejam aptas para desempenharem atividades de empreendedorismo social e organizadas de maneira coletiva em redes, com vistas as novas oportunidades de trabalho”, explicou Mirsa.

AÇÕES

A Rede Solidária de Mulheres de Sergipe se propõe a realizar ações que envolvem a qualificação profissional dos processos e produtos desenvolvidos artesanalmente, com a construção de duas Unidades de Beneficiamento dos Frutos; novas linhas de produtos diet, light e sem glúten; expansão da comercialização com a criação do site de vendas online, o E-commerce; além de formações, através de oficinas, webnários, workshop, seminários organizativos, educativos e ações de conscientização e combate à desigualdade racial e de gênero, e à violência contra as mulheres.

Tudo isso será realizado observando as demandas de cada comunidade. “Nossa proposta é fortalecer as mulheres de maneira coletiva, contribuir para a retirada de suas famílias envolvidas da condição de vulnerabilidade e contribuir também para o distanciamento de uma realidade onde essas mulheres encontram dificuldade de acesso às políticas públicas que lhes possibilitem igualdade de gênero e racial no local de trabalho e em suas vidas”, comentou Alicia, presidente da Ascamai.

Importante destacar que todos os processos do Projeto estão alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável referente à Educação e Igualdade de Gênero e as demandas da Agenda 21 de Carmópolis, das comunidades tradicionais das Catadoras de Mangaba de Sergipe e das Rendeiras de Divina Pastora. Aplicando de forma prática as diretrizes capazes de desenvolver e emancipar mulheres através do seu trabalho.

LEGADO

Entre os anos de 2018 a 2020, o Projeto Rede atuou com 612 mulheres para garantir oportunidades de qualificação profissional, geração de trabalho e renda, através dos cursos artesanais de Reciclagem, Bonecas, Corte e Costura, Macramê, Biscuit, Crochê, Maquiagem, Alimentos Artesanais, Design de Moda, Moda Praia, e dos cursos profissionalizantes de Bolos e Tortas, Cuidador de Idosos, Informática Básica, Informática Avançada, Tecnologia da Confecção, Corte e Costura, Atendimento ao Cliente, Rotinas Administrativas, e Sublimação.

Para assegurar estratégia administrativa e financeira, o Projeto também realizou Seminário Para Elaboração do Plano de Negócios, Seminário para Elaboração do Roteiro de Comercialização com Turismo de Base Comunitária, Seminário de Práticas de Organização, Produção e Comercialização; além de Intercâmbios de Conhecimento; e construiu quatro Viveiros Agroflorestais, com área de 200m² cada e capacidade para produção anual de 30 mil mudas, ampliando a rede de comercialização das mulheres.

O Projeto ainda publicou a Cartilha de Saberes e Práticas Agroecológicas, o Catálogo Agroecológico dos Viveiros Florestais: Plantar Para Viver. Criou a linha de produtos “Sabores de Carmópolis”, cuja marca expressa culturalmente o trabalho coletivo das mulheres carmopolitanas, e a marca “Artes de Carmópolis”, que apresenta o trabalho artesanal das mulheres, a partir dos seus talentos e vocações.