Unir as diferentes experiências de vida para fortalecer a luta e auto-organização das mulheres latino-americanas. É com esse objetivo que representantes do Movimento das Catadoras de Mangaba de Sergipe (MCM), e outros grupos de mulheres que vivem do extrativismo no litoral do estado, estão participando do Intercâmbio Internacional das Mulheres Marisqueiras de Comunidades Costeiras de Sergipe, na região da Araucanía no Chile, de 03 a 13 de agosto.
Organizado pelo Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras (PEAC), o intercâmbio visa ampliar as relações sociopolíticas das marisqueiras sergipanas em âmbito local, nacional e internacional. Na oportunidade, a rede de diálogo que será formada, entre as mulheres Mapuche da região La Araucanía e as marisqueiras de Sergipe, possibilitará a construção forte do debate público em torno das problemáticas que afetam diretamente as comunidades tradicionais, a exemplo da ausência de políticas públicas voltadas para questões ambientais e direito das mulheres.
“A realização deste intercâmbio entre mulheres de diferentes nacionalidades é muito importante para que nós, mulheres extrativistas e costeiras, possamos levar nossas experiências de vida e luta política para as mulheres chilenas, como também elas nos passarão as experiências delas. Serão dez dias de muita conversa com essas mulheres que constroem a cultura popular do povo chileno”, afirma Alícia Moraes, atual presidente do MCM.
A programação do intercâmbio conta com seminários temáticos voltados para questões de gênero, meio ambiente e povos tradicionais, reunião com mulheres lideranças de movimentos sociais do campo e da cidade e visita as área indígenas.
Para Patrícia Santos, mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Catadora de Mangaba e atual presidente da Associação das Catadoras de Mangaba da Barra dos Coqueiros.
“Essa será uma ótima oportunidade para que nós, mulheres extrativistas Catadoras de Mangaba, possamos mostrar o trabalho que a gente desenvolve com a mangaba, fruta nativa e típica de Sergipe. Nosso trabalho traz toda uma carga histórica de relação de respeito pela terra, sem ela não existiriam nós, Catadoras de Mangaba. Nesse sentido, eu estou muito ansiosa para ver como as mulheres Mapuches se relacionam com seu território, bem como a luta pelo acesso a estes quando são negados”, disse.
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